QUANTO
MAIS AMADA MAIS DESISTO
De
amor nada mais resta que um Outubro
e
quanto mais amada mais desisto:
quanto
mais tu me despes mais me cubro
e
quanto mais me escondo mais me avisto.
E
sei que mais te enleio e te deslumbro
porque
se mais me ofusco mais existo.
Por
dentro me ilumino, sol oculto,
por
fora te ajoelho, corpo místico.
Não
me acordes. Estou morta na quermesse
dos
teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem
teus zelos amantes a demovem.
Mas
quanto mais em nuvem me desfaço
mais
de terra e de fogo é o abraço
com
que na carne queres reter-me jovem.
Natália
Correia, in "O Dilúvio e a Pomba"
QUANTO
MAIS AMOR MAIS DESISTÊNCIA
De
amor nada mais resta que Dezembro
Adormecida
amada em sentida existência
Quantas
as palavras de que ainda lembro
Quanto
mais sentir amor mais desistência
No
enleio deslumbrada flor oculto existir
Frio
inverno de uma estação por inventar
Sol
iluminado em corpo místico a proibir
Amor
maior que por dentro possa guardar
Desisto
não me acordes estou morta este inverno
Morri
dos teus beijos na desilusão desse olhar eterno
Nem
teus abraços amantes me demovem de o ser
Nuvem
carregada de lágrimas tristes por chorar
Terra
fogo carne e alma com o frio a trespassar
O
tanto que com as mãos me dás de dócil prazer
…
musa
1 comentário:
que nunca o amor seja demais... que nunca a insistência seja de menos, que nunca te falte a palavra amor, na tua vida, mas se faltar que nunca morra o sentimento!
beijo
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