domingo, 22 de setembro de 2013

EIS

Eis que das tuas mãos se ergue o sonho
A palavra o verso o poema a poesia
Eis que ao teu olhar deponho
Flores no teu altar
De fantasia

E do sentir a prece enfurecida
A oração que roga a vida
O sentimento

Eis que do olhar se levanta o vento
E em onduladas palavras se ergue ventania
Encadeadas ilusões do pensamento
Em vendaval ousadia

Eis que da boca se soltam fúrias acesas
Fogo em acendalhas vivas incandescentes
Palavras que de gritos enfurecidos se sentem presas
Na garganta onde se escondem chamas fluorescentes
E brilham no olhar fogueiras heresia

Eis que da pele se ergue a afasia
Suor saliva sangue mudez
A queimar de incenso nostalgia
No lume insano da tua tez
Brilha o descontentamento
Da triste alegria
Desalento
Morbidez

Eis que surjo asas fogueadas
Corpo carne braseiro
E das labaredas ateadas
O ser todo inteiro
Eis que erguida
Me sinto vida
Só sentida

musa

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