sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

SILÊNCIO BREVE


Escrevo-te sem nunca os lábios se terem beijado
Escrevendo sem nunca as mãos se terem tocado
No recato do teu sentir pedes beijo dos sentidos
Na ausência do pensamento afastado
Sentires permitidos

Pedes-me o reencontro dos corpos desejados
Na serenidade ardente silenciada
Pedes o beijo dos corpos entrelaçados
O olhar o sentir o desejo de mão dada

Há tantas luas vi no chão das sombras
A iluminada silhueta da solidão
Gritando à escuridão
Não mais te escondas
Brilha de luz para mim
Neste desejo sem fim

Volto da noite para o dia conformada
Na luminosidade permitida do sentir
Lembro-te manhãs e tarde silenciada
O instante em que te vi partir

Voltas sempre em palavras tão sentidas
Mensagens codificadas de emoção
Viajo no teu desejo e nas tuas vidas
Que sempre me deixam na solidão

Não voltarás penso assim sempre triste
Mas eis que um sinal me voltas a dar
E esta tristeza que em mim insiste
Aflora de novo vontade de te amar
Amando as palavras que me escreves
Na distância que dentro de mim resiste
No silêncio inaudito por decifrar
Em entrelinhas as minhas penas leves
No fim das linhas três pontinhos breves
Reticências do âmago do meu ser
Conformado com essa solitude
Tentando não deixar transparecer
Silente sentir inquietude
musa

1 comentário:

maria melo disse...

Há a sensualidade implicita neste poema que nos faz sonhar com o amor ideal.