ferida alma que se fende em amor
rachadura inteira secreta
feita de sentidos e dor
não sei se de loucura será consertada
tanto que doí e de palavras desperta
todos os dias de orvalho alvorada
em carnal planura sentida deserta
se constrói de nada
escorre um sentir quase contentamento
como se nessa manhã clareada
fendido de abertura o pensamento
eu me sentisse encontrada
e morro a cada fenda ferida
e nasço a cada abertura incontida
e sou outra vez alma despida
dor d’alma sempre dourada tecida
rasgo dilacerante profundo
que a cada sentir endurece a vida
em cacos de solitude do mundo
tenho-a em pedaços escombros danos
por vezes em detalhes me perco e afundo
como retalhos preenchidos de ouro
recupero entalhes e de luz me inundo
recupero entalhes e de luz me inundo
sinto-a nos seus mais sentires estranhos
como se a guardasse secreto tesouro
dentro de mim em sentires tamanhos
dentro de mim em sentires tamanhos
...
musa
Sem comentários:
Enviar um comentário