DUETO
com João Raimundo Gonçalves
HÁ
UMA MUSA ENCANTADA DENTRO DO POEMA!!!
Transportam
amazonas de tão longe
Dos
Matriarcais infinitos
Céleres,
porque o tempo urge
Doces
amazonas musas de crinas ao vento
Trazem
do mar segredos
Inspiram
pensamentos de além alma
Doces
crinas de musas ao vento
E
o vento rouba do trote salpicos de poemas em cascos de sentidos
Ninfas
envoltas em espuma
De
onde vêm? Da pradaria abissal? Da memória do mar?
De
gastas caminhadas em profundos oceanos
Como
se mar fossem trilhos profanos onde poema erguesse altar
O
poema ergue-se na espiral do vento
No
corpo das musas o sangue fervilha
Há
uma poetisa linda no fino areal
Cavalo
transfigurado é o poeta manso em ventania de sentir
Vestindo
as musas de encanto em manto de areias humedecidas
De
doce mar a refulgir
Nas
mãos do vento consentidas
E
um sorriso nos lábios de esperança
Na
maviosa lucidez da claridade rósea
Sente-se
o cheiro do sal da maresia na pele sedosa
Cavalgar
docilidade na embriaguez dança
Das
águas frias no dorso do vento
Onde
as tempestades murmuram poesia nos lábios das Nereidas
Ou
Tágides de algas coladas no suor dos corpos
Resfolegando
o cavalo suspirando a deusa em seus suores
Sagrada
devoção prece de amor perdidos amores
Resfolgar
de maresias silvam as rochas selvagens
Prantos
poéticos de deusas suspirando palavras
Onde
ainda se ouvem os cavalos do tempo
Atravessaram
milénios de história
Travaram
batalhas de perfumadas flores
Ouviram
a canção do mar, e era amor o que traziam
Sereias
seriam
Ouvem-se
cantos de guerra na costa de murmúrios
À
rédea solta na bruma em cachos de sentidos
Algas
e conchas perpetuam o altar
São
rumores nas abas do vento
Cantam
memórias nos versos gritados
E
grinaldas de tempo a voar
Não
vão parar mais até serem coroadas de desejo
Inglória
deslealdade no grito despedaçado verso beijo
Cavalgando
saudade das profundezas do mar em atlântida sinfonia de solidão
Emergem
nuvens salgadas de pura sedução
Há
um sentir voluptuoso no toque dos corpos
Um
abraço sem pudor e solitário
Na
construção do poema feito de mel e sal
Acendem-se
as águas fugidias das marés
O
fumo do fogo do tempo encobre a lua
Chispam
fulgores dos olhos absurdos tapados com vendas
Salpicos
de lágrimas ou fluidos das almas
Na
ardência da lua sobre as águas
Adormecem
no felpo das crinas salgadas
Olhares
empastados de choro
Em
despertadas emoções de sal e mel
No
lugre perdido ao luar
Ah!
Voltaste e já são duas as Valquírias
Cavalgando
na madrugada dos sonhos
Andam
beijos sob a lua a adejar
Alar
silenciado por entre fragmentos mar espalhado na orla dos sonhos
Era
o cansaço mais leve do que o vento adormecendo madrugar
E
os passos do pensamento
Romperam
pela madrugada
Sob
o ar quente deixado no interior da noite
Cavalo
e amazona são agora recortes
Amantes
do vento trazem novas doutro tempo
Despertada
sinfonia sobre as águas pisadas salpicos de gritos ecoam areal
A
praia embala o silêncio da caminhada do sentir
Em
tão doce partilha abissal
É
a canção do mar
Na
rebentação das ondas que ecoam bramosas
Enche
a maré contra a rota do sol
E
a linha do horizonte torna-se bruma
Em
ondas de pautas
Em
seda de marés vivas
Em
vagas musicais uma a uma
Na
leda madrugada rosa em brancura e loucura esquivas
Corre
a formosa amazona por entre brumas perdidas
Duas
forças gigantes dó ré mi fá só lá si
Emergindo
dos abismos do mar
Num
vestido carnal de sensualidade mulher
No
todo que há em ti
Um
peito de sal e solidão e a força guerreira do pensamento
Carne
e sentidos cavalgando emoções
Havia
uma multidão de gente à tua espera na praia húmida de emoções
Que
gritaram vivas e lançaram foguetes
Fizeram-te
deusa musa inteira
Havia
um areal prenhe de sentidos esperando hora de um parto por acontecer
Vertiam-se
as águas dos corpos humedecidos
De
correrias contra o vento estalando a pele de prazer
Era
tão só uma mulher
Verticalizada
imune à tempestade
E
um cavalo alazão extenuado
Que
o vento ancestral nela fecundara
O
embrião do tempo que faltava
O
todo o seu sentir procurado
Era
a guelra do cio húmida e sangrenta a latejar de vida
Sopro
macho do tempo num latido emocional de marítima gestação
Havia
fogo nos olhos da musa prenhe
E
água que baste para lavrar a emoção
Havia
o vento tantas vezes aqui dito
E
aterra firme do seu ventre de mulher
No
lodo da lama escrito
Era
a brecha desfeita na enseada da pele do peito tisnada de sol
A
quietude escutando tempo e o ventre pulsando a fome de novas cavalgadas
Trouxeram-te
rosas e flores pintadas de mil cores
Leito
perfeito para parir amor ao sol nascer
E
águas perfumadas de odores selvagens
Esperou
o tempo soltar-se crepúsculo em magenta tarde perfumada
Rompendo-se
o silêncio em intimidade sangrada
Tao
só um grito feito pôr-do-sol para lá do horizonte
Mas
não havia mais como tardar o cavalo exausto
Já
tocam vindas do mar troantes trombetas com notas titubeantes
De
sol a soletrar
Apoteose
florida das trevas em derramada magia
Luz
nascente rompe nubente cair da noite num véu de estrelas
Faz-se
o sentir poesia
…
musa
& João Raimundo Gonçalves
Ana Conceição Bernardo / ana barbara santo antonio – musa & João Raimundo
Gonçalves
1 comentário:
Olá Ana ou musa encantada dentro do poema...releio com emoção este evoluir dos versos a instantes, vertidos das almas dum homem e duma mulher comprometidos de e com a poesia...e encanto-me da beleza deste espaço que criaste com amor e carinho...humilde na sua grandeza física...orgulhoso de ter acontecido...um abraço...um beijinho e sorrisos poéticos, amiga...jrg
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