Venho
de onde partiram
Homens
que nunca cá chegaram
Destroços
que existiram
Lembrar
todos quantos embarcaram
Numa
fé de conquista e saber
E
por aí espalharam
Alma
lusa um só ser
Um
instante de razão
A
sentir a solidão
Doce
forma de viver
Amarga
paixão
Rasgo
e poder
Emoção
E
sentiram
E
amaram
E
sorriram
E
choraram
E
voltaram
Para
dar embalo a todos os sentidos
Nas
traves moldadas de cascos de ilusões
Andaram
por chãos perdidos
Onde
moravam perdições
Medos
esquecidos
Loucas
tentações
Destemidos
Homens
somente
E
hoje poderá se pensar
Que
homem há que aguente
Em
tão dura conquista
Se
são ou demente
E
resista
Tão
duro mar
Que
o leve a naufragar
De
onde partiu
De
onde nunca voltou
De
onde sentiu
De
onde amou
De
onde não sei
De
tantas as lágrimas que chorei
Nesse
mar salgado filho sem lei
Tristemente
naufragado
Lembrado
duramente
Sempre
que alguém partir
Por
tudo o que nos deu
E
assim estranhamente
Me
fazer sentir
O
que nunca foi meu
…
musa
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