POEMA
SOBRE A RECUSA
Como
é possível perder-te
sem
nunca te ter achado
nem
na polpa dos meus dedos
se
ter formado o afago
sem
termos sido a cidade
nem
termos rasgado pedras
sem
descobrirmos a cor
nem
o interior da erva.
Como
é possível perder-te
sem
nunca te ter achado
minha
raiva de ternura
meu
ódio de conhecer-te
minha
alegria profunda.
***
Como
é possível não te ter
Na
pele esticada de sentidos
Rasgada
em endoidecido prazer
Ter-te
provocado nos dedos
Pedir-te
a carne a ser
O
meu pecado nos meus segredos
Doce
achado dócil afago
Todos
os sentidos presos
Sem
termos sido a cidade
Nem
termos rasgado pedras
Como
é possível perder-te
De
raiva e ternura a ter-te
Onde
crescem as ervas
No
verde sensualidade
No
meu olhar fome de ti
Meu
ódio de conhecer-te
Querer
que jamais senti
Esta
profunda dualidade
Ter-te
ou perder-te
No amor perdi
No amor perdi
…
musa
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