Nem
todo o corpo é carne... Não, nem todo.
Que
dizer do pescoço, às vezes mármore,
Às
vezes linho, lago, tronco de árvore,
Nuvem,
ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E
o ventre, inconsistente como o lodo?...
E
o morno gradeamento dos teus braços?
Não,
meu amor... Nem todo o corpo é carne:
É
também água, terra, vento, fogo...
É
sobretudo sombra à despedida;
Onda
de pedra em cada reencontro;
No
parque da memória o fugidio
Vulto
da Primavera em pleno Outono...
Nem
só de carne é feito este presídio,
Pois
no teu corpo existe o mundo todo!
***
Do
latim praesidium, que significa proteção
Serei
eu teu doce seio onde te refugiares
Carne
do corpo mármore para alisares
Onde
o malho do desejo cumpra seu tesão
Ventre
aconchego dos quatro elementos
Que
a natureza gradeou de inspiração
Nem
todo corpo é carne nem sentimentos
Que
elegem a alma e aí se abrigarão
Sombras
ocultas do sentido fugidio
Pedras
da memória em despedida
Clareando
tormento querer luzidio
Talvez
manhã de Primavera crepúsculo Outonal
Erguida
paliçada no teu corpo consentida
É
toda esta minha vontade loucura carnal
…
musa
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