segunda-feira, 7 de maio de 2012

DAMA DAS VIOLETAS

Cheiravas a violetas… Mulher

Dama de olhar azulado
Deixando orvalho perfumado
Em páginas pétalas
Da flor do teu ser

Cheiravas a violetas
Odor de endoidecer
Num jardim de borboletas
Canteiros de palavras
Com sentidos a florescer
Rio de límpidas águas
Do pensamento a escorrer
Tufos de pequeninas violetas
Por entre pedras salpicadas
Húmidas viscosas e pretas
Pela água do rio esverdeadas
E tu… Mulher

Cheiravas a violetas
Peguei no teu livro para te sentir
Entre todas as folhas secretas
Passaram tantos anos
Desde aquele dia em que eu te fui pedir
Floresce no meu jardim
De ilusões e de enganos

Perfumado em mim
O teu cheiro permanece
Chão de olhos castanhos
Os teus de um azul intenso
Que no meu sentir desfalece
Esse colorido imenso
Onde florescem sentidos
Do corpo e alma magnânima
Flor orvalhada
Sensível anima

E os meus perdidos
Na violeta desabrochada
Em teias que a aranha tece
Rendado entre folhas tule
Nas margens do rio acontece
O orvalho ficar azul
No seio das violetas
Cor lilás transparece

Entre sentires despertas
Toda a saudade a um passo
De colher no teu regaço
Nua e friorenta dama
Rios de doces violetas cor
Florescendo no leito
Em raminhos de amor
Que o meu peito
Por ti reclama
Seu odor
musa

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