Eram gotas cristalizadas
Em tons de malva e poesia
Cor lilás em pérolas bordadas
No ouro do sentir
Brilho do violeta fantasia
Cristal vidrado refulgir
Humedecidas ramificações do poema
Orvalho estro de uma cálida manhã
Por entre a neblina densa serena
Gotas diamantes como grãos de
romã
No gosto húmido do rocio
Fins de Junho sobre a hortelã
Gotas de poemas na secura do
sentir
Água condensada sobre o capim
sombrio
De paisagens inóspitas onde eu
nunca pude ir
De todas as palavras que me ficam
no vazio
De um gosto por cumprir
De um sabor sem identidade
De um cheiro saudade
De um olhar perdido
E toda a paz que mora em mim
branda secura
Enormidade de afável prazer
Odor molhado que faz sentido
Neste sentir e ser
Doce loucura
…
musa
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