segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

MEIGO ENTARDECER EM DEZEMBRO

MEIGO ENTARDECER EM DEZEMBRO

É frio o brilho entontecido
Da patina festiva de Dezembro
Nem sei se faz algum sentido
Ou se ainda me lembro
Desta repetição de natais
Com o mesmo sentir
E ainda que digam
Não há Dezembros iguais
Sempre acontece repetir
Este engano de sentimentos
Esta ânsia que se carrega no peito
Júbilos e lamentos
Este desassossego que não tem mais jeito
Porque há demasiado brilho no entardecer
E as montras iluminadas
De verde e vermelho enfeitadas
Talvez para esconder
A tímida esperança
O sangue derramado
A loucura de viver
O olhar triste de uma criança
Ou o pranto cansado
De quem reza a chorar
E o meigo entardecer do final do ano
Um enfeite de Natal
E ainda que pareça estranho
Há meiguice a cintilar
Na tarde que se faz tardia
Em natalícia poesia
...
musa

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