SONETO
DA CEGUEIRA
Descem
sombras sobre o olhar
Temível
véu negro cai nevoento
De
formas disformes a perturbar
Nos
olhos esse escuro macilento
Que
teima em pintar cinzento e baço
De
bafiento sentido o colorido da vida
Trazendo
aos meus olhos duro cansaço
Deixando-me
inquieta e tão perdida
Perco
a nitidez dos traços na terrível cegueira
Entrega
se a alma ao pranto humedecido
Que
triste é viver assim desta maneira
Que
céu de tempestade encobre o ver
São
as negras sombras do olhar sentido
Lágrimas
escondidas em tímido sofrer
...
musa
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