VENTO
CHUVA FRIO
Lágrimas
tombam sobre a terra do alto do céu
Derramam
gélidas gotas frias em obliqua ventania
A
chuva levando as últimas folhas das árvores como troféu
Dançantes
as sombras descendo a escuridão como um véu
Uiva
o vento em furiosa alucinante litania
Proclamando
temeroso pesado o inverno
Encurtando
as horas do dia
Fazendo
eterno
Fria
chuva vendaval
Entristece
o tempo que há-de vir
Efémera
leveza da claridade sepulcral
Que
esfria esmaece alivia de pranto este sentir
As
rosas que perdem as pétalas sob a chuva
As
velas que se apagam na humidade
O
tempo que repentinamente se muda
Em
arrebatada docilidade
Forma-se
o temporal
Que
é tempo de hibernar
Tombam
as gotas em miríade
De
luminosas pedrarias
Como
se o dia estivesse a chorar
Das
suas tristezas as alegrias
Olho
da natureza essa magnanimidade
E
sinto-me pela metade
Nessas
gotas de chuva em fantasias
Da
luz sinto saudade
Em gotículas euforias
...
musa
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