O
vento solta espartilho
Agita-se
se enreda enleia-se
A
tarde esmaecida de luz incendeia-se
Na
escuridão sentida da chuva vem o rastilho
Há
um grito abafado de um trovão por cumprir
Um
uivo resgatado do raio a cair
Elegia
da tempestade
A
tarde que arde
O
fogo molhado
Para
além do horizonte o céu acinzentado
Escurece
a luz esfriada na humidade parda
A
chuva ripada faiscando ruge em oração
A
procissão da porcela rasgando os céus
A
ventania aproxima-se e não tarda
A
mão pesada do poder de Deus
Quanto
do tempo é solidão
E
desassossego sentir
Não
há lugar a fingir
No
império do temporal
As
lágrimas por esgrimir
Na
partilha do bem e do mal
No
pranto da salvação
As
dúvidas do imoral
A
perturbar a razão
...
musa
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