A
caravana dos anjos passa
No
sangue aceso dos delírios
Onde
nem eu me sinta escrava
Das
mortas horas e martírios
Da
caminhada triste e brava
Círios
acesos e flores viçosas
E
o branco mármore tão lavado
Aos
pés do Cristo lindas rosas
À
cabeceira do túmulo crucificado
Murmura
voz do pranto na mistura
A
terra toda em tumbas e jazigos
Acesas
as velas ardem a loucura
Das
preces atenuando os castigos
Em
gavetão ou ultima morada
Os
sete palmos que alma há de ter
Do
corpo a vida assim retirada
Quando
no último suspiro morrer
A
cera em doces pingos sobre a lage fria
Lágrimas
como pétalas já caídas
Bruxuleia a tarde triste e sombria
A
pedra e o pó sobre a campa rasa
As
preces em salvação de tantas vidas
Silêncio
que do grito verte vaza
A
podridão das dores e das feridas
Os
sinos dobram em dia de finados
Nas
horas mortas e perdidas
Lembram
faltas e pecados
A
caravana dos anjos em procissão
Há
tristezas vivas e sentidas
No
ar o vento leva a oração
...
musa
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