segunda-feira, 3 de setembro de 2018

SEGUE-ME

SEGUE-ME

O reencontro foi em Setembro
Por entre um aroma de cidreira e hortelã
E outros cheiros que já não me lembro
De maresia a refrescar a manhã
E as vagas como canteiros de espuma florida
Por entre as pedras húmidas e esverdeadas
Uma melancolia de brisa e névoa estendida
A saudar nossas mãos entrelaçadas

Segue-me o tempo em palavras sentidas
Em despedida de estações ao vento
Todas as memórias perdidas
Desvanecido sentimento

Talvez as lembranças sombrias
No frágil olhar da ilusão
A indivisível emoção
Aqueça as mãos já frias
Vagueando o abraço
Demorado cansaço
No delito do seguimento
O estranho comprometimento
Das horas por consentir
O único momento
Em que te pude sentir
musa

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