NÉVOA FLOR
Desabrocha como manto de aurora
Espessura neblina tudo a cobrir
Derrama e turba a luz em entranhado refulgir
Como se a relinchar ao vento
No galope em correria se demora
Da madrugada a manhã tardia a partir
Num adeus de bruma à flor do tempo
Acinzentado nevoeiro a envolver Setembro
Dança com as árvores insustentável mansidão
A valsa triste que já não lembro
As folhas lágrimas a cair de solidão
Vai à deriva do mar à terra adentro
Em florida e dançante leveza
E rodopia à volta dos lados e ao centro
O ciclo dos mistérios da doce natureza
Na profunda magia de um sopro de alvorada
Luminoso e mágico amanhecer
De tão íntima e estranha pureza
A luz ínfima pela maresia coada
Para mais tarde de rubro esmaecer
Florindo na folhagem húmida toada
...
musa
Sem comentários:
Enviar um comentário