segunda-feira, 3 de setembro de 2018

MAR VERDE PEDRA

MAR VERDE PEDRA

E sempre
Este mar de pedra a sugar-me a alma
De mansidão delírio a murmurar
Água a escorrer aos pés do olhar
E a fazer da sombra martírio que acalma
O verso verde pedra em palavras a suspirar
Pedras no frontal da maresia
A areia pedregosa e macia
Nas mais ternas metáforas de sal
E nesta costa empedernida de Portugal
Tão verde e tão rochosa
Límpida de um azul a ferir
De inspiração a prosa
Profundo e marítimo sentir
O líquido leito em vagas sereno
E todo o areal terreno
Carne adormecida de temerosas tempestades
Areias e ventos a varrer eternidades
Mar de pedra em bucólico veneno
Não me canso de o dizer
Como se um vendaval ameno
Em pedra e sal
Pudesse morrer
...
musa

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