segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A PENUMBRA É VERDE

A PENUMBRA É VERDE


Escondida
Numa penumbra sombria
A casa assim adormecida
De escuridão tecida
Silenciosa húmida e fria
Respira em verde flor
O canto da dor


Impede sensível luminosidade
A derreter em claridade
Infinito entranhamento
De esverdeada cor
E opacidade
Por ali adentro
No interior


É tanto o verde impregnado
Necrofílico espessamento
Da luz frialdade
Fenesta o sombreado
Em frágil pigmento
Na intimidade


Vítreo segmento
Verdejante olhar
Um detalhe de silêncio
Como brisa de vento
Quieta a palpitar
O escuro cortante
De arestas por limar
Parado no tempo
Outrora a cintilar
Perfume sossego

Em segredo
Contentamento
A serenar
O medo
musa

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