A CASA DOÇURA
A casa semeada de silêncio na gaveta da noite
Entorpecida de barulhos abafados e sombrios
Quieta sossega abraços de aromas silvestres
Há sobre a mesa canteiro de flores agrestes
E um retrato envelhecido pelo ares frios
Dos aromas colhidos no velho jardim
Do fogão de ferro as brasas a crepitar
Esvoaçam um calor abraçado a mim
Preenchem de luz famintos vazios
Há danças de labaredas no olhar
Um fogo feitiço sem fim
Prantos feitos rios
De luz a cintilar
Cheira a coco e flor de limão
Em doces tradicionais
E um chá a fumegar a canela
Na cozinha aquecida pela solidão
A embaciada janela
Espelha o rosto da serenidade
Ainda há resquícios de amor na mão
E a doçura da saudade
São talvez doces de gritos de amor
Cozinhados trémula ternura
Aromas da intimidade
Com sabor a loucura
...
musa
Sem comentários:
Enviar um comentário