terça-feira, 19 de julho de 2016

ESQUECIMENTO

ESQUECIMENTO

Começo a esquecer-te dentro de mim
Este corpo pejado de esquecimento
E lembro a cada instante assim
Que esquecer-te não vai tirar-te do pensamento

E se és vivo querer da impossível ausência
Este entorpecer e dócil demência
Que a noite segrega peito aberto
Da memória que nega esquecido incerto
Silenciado sentir
E é na noite que te sinto mais
Ainda que imensamente do longe e perto
Sei e sinto estranhamente existir
As saudades do teu ser em mim como punhais
Deste esquecimento a fingir
Essa mentira como a noite certa
E deixa a porta aberta
Ao vão silenciado dos mortais
Das mulheres que se deitam ao teu lado
Cada rosto que não é o meu
Como o silêncio apunhalado
Do amor que não mereceu
A esquecer-me de ti
Quando parte de mim já morreu
Em palavras aqui

O verso recebe-me mortalha e luto
O poema devoluto
Em tempo esquecido
Da tua alma tiro o sentido
Um dia hei-de conseguir
Livrar-me deste sentir
...
musa

Sem comentários: