segunda-feira, 18 de julho de 2016

AGONIA

AGONIA

Arrastada na noite
Bebo-lhe o silêncio sede
A treva chicote açoite
Que a mão negra da dor teve
E geme desabrochada agonia
Que a madrugada fria
Fresca silenciosa e leve
Em luminosa agonia
A rondar de escuridão
Morde o escuro até ser dia
Desperta em luz sombria
A mancha derramada solidão
A dor a latejar sem sossego
Verte do olhar húmido medo
Espera o descanso em sagração
O meigo colo do cansaço
O beijo de seda e aço
Amanhece sem sentir
Acontece existir
Em agoniada desilusão
Tempera-se a vida
À muito prometida
À muito esquecida
À muito perdida
...musa

Sem comentários: