AUSENTE
Nem sempre estou presente
Vivo à margem do sentir
Sinto-me estranha e só
Como que ausente
Do delito de existir
E chegar a ser pó
Anónima incógnita transparente
Como quem da dor consente
A estranheza do sentimento
Na estribeira do pensamento
Uma dor que o corpo consente
E o olhar em alheamento
O rosto cansado sangrento
Trémulo não desmente
O punhal que rasga o tempo
E a ferida por sarar
Teima em ficar
Ausência e silêncio e cansaço
E a força que parece fugir
E derrotada no tempo e no espaço
Só apetece desistir
…
musa
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