A
felicidade a seda tardia
O fino
fio dos sentidos urdido
Se tece o
ardor da fatal poesia
Que canta
serena o amor proibido
Teia de
saudade e melancolia em letras de paixão
O tear
enlaça as lágrimas na trama
A dor
angustiada da vil desilusão
Daquele
que chora por quem tanto ama
A dureza
da lã em fio de pranto
As horas
de Ariadne sentada ao tear
A
tristeza manhã em amanhecido desencanto
As preces
humedecidas por tão terno olhar
Amor
tecido assim de palavras silenciadas
Em tão
poucos fios como teia de loucura
Ténues
promessas vãs esmaecidas nadas
Murmúrios
e afagos de dócil ternura
Deixam
marcas traços vincos matrizes
Desassossego
medo e algum cansaço
Instantes
de inquietude amargos infelizes
No enorme
novelo de um apertado abraço
Fio a fio
se tece a vida as vezes num minuto perdida
A feliz
esperança em tardiamente sentir
De todo o
sentimento a chama mais viva
Que possa
aquecer em fogo brando esse existir
E poder
ter na alma um coração a bater
Em ritmo
de felicidade sem hora sem tempo
Teia do
tear trama imagem que ensina a viver
Como se
tece de luz e vida profundo pensamento
Onde
ainda há desejos de coragem por tecer
Sem
qualquer temor sem qualquer lamento
...
musa
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