E deixei
para trás tanto de mim
Senti e
perdi e ganhei e vivi
Tudo o
que do começo teve um fim
Emoções
guerras e sentidos
Amei as
lágrimas que chorei
De
silêncio e solidão
As
tristezas as dores os sonhos perdidos
Todos os
projectos de vida que abandonei
Da raiva
ao desespero da loucura à paixão
Pela
berma do caminho
Num rasto
de infelicidade
No trilho
da desilusão
Nas
pegadas do destino
Cumpri
sempre a verdade
E tantas
vezes desertei
Do que
sentia o coração
Mea culpa
pois não fui a melhor neta não fui a melhor filha não fui a melhor irmã não fui
a melhor companheira não fui a melhor amiga não fui a melhor mulher não fui o
melhor ser
Da
criação da humanidade
E ficou
tanto por aprender
E ficou
tanto por dizer
E ficou
tanto por fazer
Mas sei
que nunca pisei o risco da desumanidade
Levo
comigo muitas falhas muitas culpas muito por sentir
Tentei
sempre não me desviar do bem e das regras da honestidade
Talvez
por isso o melhor da vida seja o que ainda me falta cumprir
Viver
outra vez para existir em felicidade
Morrer
talvez de ternura serenidade
Com um
único pensamento
Chama
lamento da vida a saudade
O que
sobra
Apenas e
só
Um nó na
garganta
Da terra
não quero ser o pó
Sou
mulher de fogo façam me em cinzas de poesia
A
madrugada amanhecida que de luz se espanta
Do que
sobra de um poente para além do horizonte
E que das
memórias da infância se encanta
Das
nascentes dos rios dos lagos da fonte
Da água
do pranto do parto do frescor
Na
fogueira acendida queimem a minha dor
Indivisível
vontade transcendental
E dessa
poeira enfurecida que reste o amor
Sensível
feminino sensual carnal
De
quimera de encanto de magia
Todos os
meus sentimentos oferecidos
Soprem me
ao vento num areal com a maresia
Pois
deixo em testamento uma aurora boreal
E o
pensamento em fantasia
De versos
e sentidos
...
musa
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