da
Granja a Espinho
um
mar tardio
sangra
vagas andantes
delirantes
ofegantes
estonteantes
em
espraiado olhar
encurta
de marés caminho
ondas
caminhantes
parecem
caminhar
o
meu olhar sozinho
ao
dia triste e sombrio
as
ondas dançantes
na
tarde a naufragar
o
sol escurecido e frio
endurecido
mil diamantes
parece
o chão a fumegar
neblinas
humedecidas brilhantes
e
a noite por chegar
de
paragens tão distantes
que
na praia vêm repousar
de
viagens em asas de gaivotas
um
bando sobre o areal
na
orla do mar
endoidecidas abundantes
endoidecidas abundantes
sereias
da terra devotas
a
esse deus desconhecido
profundo
e leal
marítimo
sentido
ainda
o sol a brilhar
que
olhos devoram
no
azul demoram
de
sal choram
a
soluçar
…
musa
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