Minhas
mãos serenas sob teu olhar
Jogo
de pontas pequenas
Em
cadência a cortar
Rasgos
poemas
A
delirar
O
verso
Setas
lanças espadas
Cruzadas
ou em reverso
Cortam
esturdiamente o ar
Ferem
o gume das adagas
Que
os meus olhos vêm trespassar
Serenamente
fendem pensamento
Secretamente
o sentimento
Sentidamente
a soluçar
Corpo
a corpo em combate
Dois
fios de um prumo cortante
Num
golpe de misericórdia abate
Sentir
insano profano delirante
Rumo
da arma branca afiada
A
rima no poema andante
Deixa
a prosa decepada
E
sobram versos delírios
Conflitos
derrotas vitórias
Vinganças
medos martírios
Poesia
e outras histórias
Cerco
emboscada contravalação
Setas
espadas lanças
Contradanças
e a ilusão
No
meu olhar avanças
De
tantas palavras contadas
Em
guerras de imaginação
Estocadas
em cruz cravadas
Sobra
o punho da mão
Empunhando
o sentido
Um
punhado arremesso
Negra
luz de um coração
Em
heresia sangrado ferido
Gume
do poema ofereço
Cortado
fendido
No
poema teço
O
corte vivo
Poesia
…
musa
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