sábado, 8 de junho de 2013

ILUSÃO

Preenchida pela ausência do saber-te
leio-te em cartas que chegam de distâncias
que encurtam saudades ao ler-te
e trazem pela mão fragrâncias
odores em cada dedo
que deixam em palavras ilusão
e contam um segredo
e sonhos por escrito
de paixão

quanto desse sentir trouxe espanto
folhas de afetos num manuscrito
nas linhas gastas a escrever-te
a tinta diluída com o pranto
os meus sentidos a dizer-te
de um consentir circunscrito
que tanto mas tanto
gostei-te tanto
e agora já não acredito
tal é o desencanto
do encanto

eras uma carta por abrir
o luto nunca feito pela saudade
eras o instante de sentir
essa melancólica sem idade
e agora o que pensar
as cartas nunca são iguais
fico na ilusão a esperar
que chegue somente uma
ou se calhar nenhuma
mais

musa

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