quinta-feira, 2 de julho de 2009

CORPOS (COM)SENTIDOS A (A)MAR - X

Pela mão endeusada
venho-me de palavras através do silêncio ateu
desvirginada numa missão glorificada
em enredo lento de sentidos
desprendidos da mão de Orpheu
me prendo em leve pranto
em toda eu
gemidos sussurros lamentos
doces fluido encanto
há uma lua que não se cansa
de irradiar sentidos em mim
faz-me ser égua solta em nua cavalgada
como se meu cavaleiro fosses
louco intenso frenesim
e nas fases dessa lua imaginada
tenho-te assim
de palavras submergidas de espanto
tidas loucuras preliminares da tentação
sem consentires nem imaginares
corro pradarias estendo pelo chão
meu dossel manto
banho lagos galerias de ternura inquietação
deixo-me em rios de mel loucura
nos cascos devolvo a terra em pegadas de excitação
enquanto espalho ternura
no pranto de toda esta escrita
movida de sentidos em brisa
deixo reflectida cansaço esfiado pelo luar
que tamisa prados de olhares onde me sinto sentida
serei se assim deixares
onde vires
luar gota orvalho sombra palavra sensação vida
que desliza quando de mim sentires
pálida apreensiva ilusão
em leve coalho da mente puderes ler
o que uma alma sente
de amor de vida
e de paixão
sentida

1 comentário:

Miguel disse...

... sem palavras ... completamente extasiado...
SIMPLESMENTE SUBLIME