quarta-feira, 8 de julho de 2009

ALMA MAR

Em toda a minha alma há um mar
Imenso
Húmido
Salgado
Perdidas dos meus olhos saem ondas na maré-cheia
Vazias ao olhar de um sol escondido
Sobre um céu mar remansado
E o meu corpo um imenso areal de areia
As dunas o meu peito
As lágrimas o sal
Os meus olhos o mal
Num choro abraçado
Rolando no meu ventre a praia de sentidos
Conchas e búzios e sonhos perdidos
Onde eu me deito
O meu segredo a orla húmida e molhada
De ondas de espuma branca e fios de algas
O meu leito
A maciez das algas castanhas e viscosas
Caindo sobre mim como uma manta de cores lustrosas
De bruma espessa opaca e salgada
Perdida entre vozes estranhas
Entre ondas barulhentas e silenciosas
Que contam da alma
Vagas saudosas e lentas
Que vão e vêm
Do tudo e do nada
Trazendo toda uma timidez profunda de mar
Vida em tudo que a tem
Nas obras mais belas
Em toda a minha alma
Há um oceano de altivez a transbordar
De mágoas e de penas
De mastros e de velas
E toda eu
Sou uma ilha solitária
Onde ninguém
Lá consegue chegar
Porque sou apenas
Eu
Em mim

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