terça-feira, 13 de setembro de 2016

SEM TE VER

SEM TE VER

Confesso este amor
Dorido
Que adentro escurece
E na incerta hora acontece
Fazer-se sentir
Em fímbrias agrestes
Veredas esculpidas de lágrimas
Liquidas gotas de chuva a fingir
Inundando o sentido
Vale corpo feito das tuas mãos
Sem te ver afloram as mágoas
A nascente escavada de desassossego
Chão aventurado que acolhe os grãos
A germinar o medo
Aí escondido

Na tépida inocência da luz
O amor preterido
É o farol que conduz
Âmago silêncio a naufragar
Da falésia enfeitiça e seduz
A tormenta do olhar

Vigia em deslumbrado distanciamento
A pele escarpada
De intimidade e desejo
O insistente pensamento
O doido pecado da boca esfaimada
Pela cumplicidade do beijo
O gozo quente a loucura e o tormento
O tanto o tudo e o nada
A tremura insistente
O doce lamento
Persistente
Do que não vejo
Há tanto tempo
...
musa

Sem comentários: