terça-feira, 19 de abril de 2016

TEMÍVEL TEMPO

TEMÍVEL TEMPO

Resta a estrada das cidades

Os lugares por onde peregrinei

A lama calcada pelo peso dos ombros

Restam cravos e liberdades

Os lugares onde nunca andei

Resta a casa em escombros

O cortinado vermelho

Gasto e esfarrapado

Um pedaço partido do espelho

Memórias do passado

Resta o umbral da porta aberta

E já por lá passei

Luz misteriosa e secreta

A sombra do lugar onde vivi

Restam os sonhos que abandonei

A loucura que senti

As melodias que dancei

E do que me resta viver

As palavras em movimento

A última dança antes de morrer

Já que se faz tarde no tempo
musa

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