terça-feira, 19 de abril de 2016

FERIDA DE SENTIR

FERIDA DE SENTIR

Estou ferida de sentir
Apeteciam-me os lugares
visitados pelo poeta
Como se a estrada das palavras
fosse a viagem peregrina do pensamento
Uma apetência de vontade secreta
A deambular em margens quilometradas de sol chuva e vento
Apetecia-me viajar nos versos cheios de lugares
que eu ainda não conheci
O fogo aceso da vontade
que eu já senti
Apetece a viagem pelo tempo inventado no poema
sem as paragens da sua pontuação
O silêncio da voz serena da solidão
Partir na primeira estrofe sem bilhete de regresso
O sonho insano em profundo desalento confesso
Apanhar a carruagem das sílabas
e estagnar no movimento das paisagens
Alcançar o gozo satisfação em todas as paragens
Chegar onde nunca ousei levar a imaginaçao
A travessia utopia desassossego da ilusão
Atravessar os campos do deslumbramento
Na emotividade e no trilho do contentamento
Sei que há lugares onde a palavra
enmudece os sentidos
Recônditos lugares misteriosos e perdidos
Onde ficam tantos desejos por cumprir
E a única viagem que me apetece fazer
É desistir
De viver
...
musa

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