DIAS CONTADOS
No extremo das palavras a latir
Há dias contados de inconstância abrupta
Cães danados com fome de sentir
Esta avidez de morte desde a infância
Que consome tempos cansados de existir
Horas de desespero e relutância
Vadios os dias latidos dessa instância
Que hesita sóbria a vida
Teimosia sentida
Vacilação na correria das palavras matilha
Como se lobos os tempos fossem desse verbo
Alfa atraiçoada e ferida
A vírgula ultrajante da partilha
Louco o servo
Há dias contados a descontar ao destino
Olhos cansados presos na armadilha
Que a vida armadilhou pelo caminho
Com cinco cordas de sentidos
E o chão que tantas vezes parece tirar
Debaixo dos pés perdidos
Restam os dias por contar
...
musa
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