quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ÁSPERO SABOR

apetece-me um poema com diospiros dentro
a língua travada pela polpa que amarra a boca
maduro avermelhado mole e adoçado
tem no outono o seu tempo
áspero sabor amargurado
doce sentimento
enraizado

molhe de rubros gomos gelatinosos
na árvore despida ao vento
é sensível pensamento
ramos estendidos a dias invernosos
dos alaranjados ao vermelho
quando maduro parece velho
mas sabe tão bem
na sua nudez
dias inspirados
fruto de Zeus
altiva aridez
dos olhos teus
meu dias vingados
dias irados
Olimpo do ser
acontecer

musa

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