E lá vos esperamos no dia 27 de Abril de 2013. Vamos celebrara a Poesia e os nossos Poetas, vamos dar voz às palavras, vamos fazer com que a Poesia seja uma festa!
Perdoa-me
vida
Esta
abnegação ingrata com que sinto
As
raízes da alma estendidas no além
E
esta amarga dor com que me consinto
Não
conseguir amar agora ter ninguém
Perdoa-me
vida
O
ser assim despegada desprendida
Inconformada
delével nos sentidos
A
musa estranha e tão insatisfeita
Essa
dos sentimentos assim perdidos
Perdoa-me
vida
O
vil descontentamento quase rendição
A
paixão inútil das palavras amargas
Não
ter nem um pouco de mim compaixão
E
ter duas almas como punho das adagas
Perdoa-me
vida
Confessar
meu omisso constrangimento
Ser
duas que acabo a não ser nenhuma
Aclamar
este poético louco fingimento
Pois
a busca infértil é não ser só uma
Perdoa-me
vida
A
desgraça do corpo que nada quer sentir
Renegando
os seus sentidos à alma inteira
E
as mãos estendidas em desespero a pedir
Perdão
na sua última absolvição derradeira
Perdoa-me
vida
Este
sofrer por quem não me ama e chora
De
todo esse amor fingido falso forjado
E
o querer esta morte que tanto demora
Pois
da vida o coração se sente enganado
Perdoa-me
vida
As
horas manchadas de desespero fantasia
Instantes
esquecidos no tempo lembrança
Minutos
que são vida em palavras poesia
Como
se ao sentir voltasse a ser criança
…
anabarbarasantoantonio
Perdoa-me
vida
A
minha revolta às escaras cicatrizadas
As
forças perdidas os tristes pensamentos
As
duras ideias tão em mim estigmatizadas
A
vida essa mãe dos mais sentidos lamentos
Perdoa-me
vida
Ser
luz crepuscular da tarde que se esfria
Do
sol-posto em sombras ausente compadecido
A
escuridão aninhada pela noite findo o dia
Na
cegueira solidão do olhar assim perdido
Perdoa-me
vida
Esvoaçar-me
frágil em céus que não domino
Qual
ágil ave em liberdade plena prematura
Esta
ânsia que já me esgota odeio e abomino
Pois
mais me parece insana insensata loucura
Perdoa-me
vida
O
ter perdido das mãos controle do meu pensar
O
ter amar como castigo em deturpada penitência
Deixando-me
ser dos homens a cruel musa a odiar
Vivendo
pois perigo dessa dualidade existência
Perdoa-me
vida
As
saudades breves famintas ousadas fugidias
Que
em silêncio poetar se aninham no abrigo
Do
peito que as solta como palavras sombrias
Como
alma libertando-se das dores seu castigo
Perdoa-me
vida
O
voo do pássaro manhã em tempo estilhaçado
Os
meus telhados de vidro opaco e embaciados
O
renascer da fénix fogo cinza quase apagado
Os
dias a ruir em pedra lume quase contados
Perdoa-me
vida
Desabafar
assim humildemente desta maneira
Em
versos poetizados de perdão pelo ser
Construindo
pela mão da poesia companheira
Um
castelo de penas onde eu sonho viver
…
anabarbarasantoantonio
Perdoa-me
vida
Da
tristeza que tenho
Do
amor que não trago
Nesta
dor em que me detenho
De
sabor bravio intenso amargo
Perdoa-me
vida
Do
tanto que não guardei
Das
lágrimas que chorei
Do
tanto que não pensei
Perdoa-me
vida
O
choro da existência mal-amada
A
ausência vã sacrificada
O
desgosto insatisfação amordaçada
Perdoa-me
vida
O
risco que por imprudência pisei
O
rebate da consciência tão pesada
O
rasgo do corpo e alma que maltratei
O
pranto do ser em névoa fechada
Perdoa-me
vida por ser tão só
Peço
perdão aos teus pés alma resignada
Perdoa-me
vida sem piedade nem dó
Vida
assim perdoada possa eu ser calmaria
Perdão
sem tempo vida agarrada
A
esta força transcendente que me tem poesia
…
anabarbarasantoantonio
1 comentário:
Lindissimo como so tu escreves!
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