Sabores e sentires de criança
Em chão coberto de esperança
Sorrisos de elegância
Doçura de dança
Odores interditos à melancolia
Na sensibilidade do choro rendido
Toda a aldeia em nostalgia
Arrebatando o meu sentido
Num relembrar poesia
Sonho perdido
Quis ficar no teu regaço
Da memória esquecida
Envolta no teu abraço
Minha aldeia perdida
Para sempre vou lembrar
O doce colo da avó
A bênção das suas mãos poéticas
Esteios erguidos terno olhar
Proteção de todas as pragas
maléficas
Nas rezas vencidas do seu orar
Lembranças tidas de uma prece por
findar
Terços tombados pelos anos
consagrados
Eternizado trono seu altar
Dias na aldeia passados
Que eu ainda sei guardar
Agora memorizados
Posso descansar
Bucólica aldeia de montanha
Recortada na escuridão
De uma saudade tamanha
Que endoidece coração
Ao findar do dia
Luminosidade escurecida
Negro clarão
Alma sentida
Doce poesia
Recorta em curvas de corpo
deitado
Quase uma mulher despedida
De contorno delicado
Salpicada de brilhantes
Porosidade iluminada
Coberta de diamantes
É uma aldeia encantada
A muitas léguas distantes
Para além dos montes
Sinto-lhe o cheiro fresco das
fontes
Para além dos prados verdes
Sinto-lhe dos dias as sedes
Que ficaram pétalas de flores
singelas
Cobrindo pastos e campos
De harmoniosas aguarelas
Sedosos verdes mantos
À sombra de floridas mimosas
De cheirosas rosas
Flores de fruto doce de amora
Odor a terra lavrada
Desse que me senti outrora
Eternamente enamorada
…
musa
1 comentário:
Retornei no tempo com o seu poema, nostalgico mas muito bom.
abraço
cvb
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