Desde
a masseira até à mesa
Secular
nobre tradição
As
mãos da avó amassam o pão
Com
ovos azeite e carnes do fumeiro
Numa
salgada sobremesa
Que
é lembrada o ano inteiro
Em
Trás-os-Montes florido
Com
cheiro a urzes giestas estevas
No
forno bem aquecido
De
enormes labaredas
Ficam
as cinzas na fornalha
E
o tijolo de cor branca
Tiram-se
os folares da mortalha
Debaixo
do calor da manta
Vão
para o forno de lenha
Perto
do rio a correr na azenha
Santificados
pela mão
Já
crescidos levedados
Em
dia Santo de Paixão
De
outros tantos consagrados
É
Páscoa à mesa em Ressurreição
Espera-se
o Compasso com a Cruz
Na
aldeia transmontana
De
Torre de D. Chama
Também
aí morreu Jesus
E
agora a minha mesa vazia
Já
sem a companhia da avó
É
uma tradição Poesia
Na
azenha solitária mó
O
rio continua a correr
Jesus
está sempre a morrer
A
avó não volta
Mas
Cristo Ressuscitado
Regressa
sempre em escolta
Do
Compasso santificado
E
o folar fica na mesa
A
relembrar Cristo Louvado
Nossa
única certeza
De
um tempo desejado
…
musa
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