quinta-feira, 12 de abril de 2012

RIO TU(A)ELA

Ponte da Pedra - Rio Tuela - Torre de D. Chama
de Paulo Doutel (Panorâmico)


Nasci em terras do Tuela
Rio transmontano da minha infância
Até vir para Mirandela
Onde cresci citadina criança

Nascido num lago espanhol
Provinciano de Castela e Leão
É na aldeia rio húmido farol
Que alimenta dos campos o chão

Nele se lavou o precioso linho
Deu peixe em redes com fartura
Moeu o trigo na mó do moinho
Lavou o medo a dor e a loucura

Tem praias fluviais açudes moinhos pontes
Foi Via Romana de Bracara Augusta a Astorga
Alimentado de afluentes nascentes fontes
Tão transmontano como a poesia de Torga

Rio manso de românico anelado
Por uma linda Ponte da Pedra
De leito límpido consagrado
Saciando margens da terra

Pelas encostas desde a nascente
Corre pelo vale drenado
Reflete o sol a poente
No espelho do rio encantado

Alimentado de prados naturais
Margens bordadas de Carvalho Negral
Quedas em pedras lavradas desiguais
Paisagem bucólica de beleza sem igual

Águas cristalinas doces transparentes
Com trutas a saltitar por entre as fráguas
Frondosos fetos musgos verdes pedras quentes
Que no gélido inverno aquecem as mágoas

Desce selvagem ao lado do rio Rabaçal
Dando-se num abraço perto de Mirandela
Funde-se num só corpo Rio Tua aluvial
Alma colorindo do Rio Douro aquarela
musa 

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