terça-feira, 15 de maio de 2018

DAS AUSÊNCIAS


DAS AUSÊNCIAS

São já ruínas
Transparências
De um amor sem alicerces
Pelo chão de ausências
Lágrimas de silêncio preterido
A dor e as vestes
Como sombras de um sol reflectido
O véu de renda por cobrir
Ainda
Este tempo todo de espera
As veias a latejar de sentir
A boca cerrada
De quem desespera
E o olhar quase a desistir
Uma mudez e o nada
Das mãos o gélido veludo
A doce e afável quimera
O sândalo âmbar almíscar do prazer
Uma ânsia a persistir
O medo e o absurdo
A saudade a doer
Mais do que a vida
A essência carnal
A súbita urgência de morrer
O desejo como um punhal
Sim esta memória apetecida
Mármore ébano marfim
A cravar bem fundo
Esta dor sentida
Raiz do mundo
Sem fim
...
musa

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