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VIVER ASSIM - dueto com ANTERO DE QUENTAL
VIVER ASSIM - dueto com ANTERO DE QUENTAL
“Viver assim: sem ciúmes, sem saudades,
Sem amor, sem anseios, sem carinhos,
Livre de angústias e felicidades,
Deixando pelo chão rosas e espinhos;
Poder viver em todas as idades;
Poder andar por todos os caminhos;
Indiferente ao bem e às falsidades,
Confundindo chacais e passarinhos;
Passear pela terra, e achar tristonho
Tudo que em torno se vê, nela espalhado;
A vida olhar como através de um sonho;
Chegar onde eu cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro - é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura!
Antero de Quental, em "Sonetos" “
Sem amor, sem anseios, sem carinhos,
Livre de angústias e felicidades,
Deixando pelo chão rosas e espinhos;
Poder viver em todas as idades;
Poder andar por todos os caminhos;
Indiferente ao bem e às falsidades,
Confundindo chacais e passarinhos;
Passear pela terra, e achar tristonho
Tudo que em torno se vê, nela espalhado;
A vida olhar como através de um sonho;
Chegar onde eu cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro - é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura!
Antero de Quental, em "Sonetos" “
Tudo é triste e já nem amar apetece
E mais não sinto do que esta apatia
Galgando desejo que não acontece
Nem de palavras em sensual poesia
A transbordar de silêncio sentimental
Tristeza vivida assim que desconforto
A agonia profundamente descomunal
Conforta de sentir o corpo já tão morto
Viver assim num orgasmo lento e sangrante
E ter na boca amargo gosto de loucura
E não lembrar mais o gozo bravio do amante
Viver assim como quem vive a morrer
Que importa a vida se já não é mais do que tortura
E estranhamente de versos íntimos se faz ser
…
musa
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