VENTO DA MANHÃ
Não sei que ventos estes
Frágeis
De uma maldade antiga
Uivam as copas dos aciprestes
Vergam maleáveis
Acicatam chicote como quem castiga
E as árvores diante da brisa
No desalinho do decote
Entregues e amáveis
As vestes enxovalhadas
Pela enfurecida ventania
As folhas quase arrancadas
Na pressa da aragem
Perdem a compostura e a poesia
E o vento quente e abafado
Arruina a madrugada
Ensandece em tropelia
Na sua tremura e voragem
Da loucura que lhe é chegada
Possuído e enfadado
De estranha coragem
Uiva a alvorada
Mal começada
A vil viagem
...
musa
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