Poema melancólico a não sei que homem
Dei te os beijos, os afagos, os instantes
Destes silêncios de vida que sobraram;
Nos meus lábios rasgos afloraram
Chamas em fogueiras sem identidade
Fogos ardidos e distantes
Do teu olhar sentido;
A imagem magnânima por ti, a eterna saudade
Ímpeto ardente de paixão
Quimera discreta e profana
Dos mistérios da intimidade
Do desejo e da sedução
O sonho profético do amor e uma cabana
Ou simplesmente a desilusão
A crueldade da vida
A temperamental melancolia
Romântica sensibilidade
A intima nostalgia
O poema mulher todavia
Do verso a cumplicidade
Da mais pura e leal poesia
...
musa
PENAS DA ALMA PARA A MÃO - papiro editora TEU CANCRO MEU - papiro editora RUSSA A BURRINHA TECEDEIRA - papiro editora À FLOR DA PELE DOS SENTIDOS DA ALMA - pastelaria studios editora
domingo, 30 de abril de 2017
terça-feira, 25 de abril de 2017
A CASA DA VIDA
A CASA DA VIDA
Tiveramos que inventar
Um novo mundo
E outros modos
Outros verbos
E empilhar as palavras
Como castelos de cartas
Atrevendo-se a suportar
Acimentados sentidos
De alicerces inseguros
Férreas lágrimas
Barrento sentir
E a trave-mestra da alma
Tijolos de metáforas
No medo babulciado
De que foras o construtor
Do olhar embaciado
Da boca emudecida
O travejamento da dor
O telhado tombado
Da casa da vida
…
musa
NAS COXAS DA LIBERDADE
NAS COXAS DA LIBERDADE
Na inocência das palavras havia versos por desflorar
Um corpo inteiro de portas cerradas
Havia gestos censurados e cadeias a abarrotar
No silêncio das esquinas as mulheres escondiam meninas
E tinham lágrimas no olhar
Nas bocas a fome eram seios mirrados
E nas mãos o medo talhado
Nas coxas sedas de cortinas
Nos pés sapatos esburacados
No ventre um filho desmanchado
As almas tombadas em ruínas
E o lápis vermelho dos cinco sentidos
Tão encarnado como a flor
Tão de sangue como a dor
Tão de negro como o murro
E ao longe o grito e o urro
E as crenças e os sonhos escondidos
A pressa de virar a liberdade
E as coxas oferecidas
No pousio dos becos da cidade
Nas ruas escuras das vidas
Tão duras tão intensas tão penosas
Cravos querendo ser rosas
Punhos cerrados nos espinhos
Abril florido a abrir caminhos
Homens desorientados e perdidos
Coxas cansadas de esperar
No tempo mensal da liberdade
Um cravo vermelho a escorrer
Que é tempo de libertar a saudade
E gozar entre as coxas o prazer
...
musa
sexta-feira, 21 de abril de 2017
ESCREVI-TE UM POEMA DO MEU AMOR
ESCREVI-TE UM POEMA DO MEU AMOR
Se voltei a amar
Esta Primavera triste
Dos beijos que conheci na tua boca
A sonora gargalhada linda e louca
O sorrir do teu olhar
A ausência que insiste
Florir dos dias tanto silêncio
Uma quietude a naufragar
No aroma dos fenos por colher
Os abraços do vento
E o tempo de ser
Melancolia e sentimento
E da terra e do mar
A vaga do teu corpo agitado
Sonolento e cansado
Aonde nunca sei onde nidar
Versos que te fiz
Ninhos de palavras escondidos
Beijos perdidos
Pensamentos sentidos
Mãos que eu quis
Um dia amar
E de poemas do meu amor te escrever
Arribas furtivas de rebentação
A lágrima bravia
A maré de sedução
A catarse da poesia
Onde esconder a paixão
De tristeza e de prazer
Na brisa rasgada de loucura
O eco do teu gemido
Guardo ainda
Da ponta dos teus dedos a ternura
A memória infinda
O bramido
A doçura
Esta lembrança linda
Do querer contigo
Sempre
...
musa
terça-feira, 18 de abril de 2017
VIVER ASSIM - dueto com ANTERO DE QUENTAL
http://escritores.online/
VIVER ASSIM - dueto com ANTERO DE QUENTAL
VIVER ASSIM - dueto com ANTERO DE QUENTAL
“Viver assim: sem ciúmes, sem saudades,
Sem amor, sem anseios, sem carinhos,
Livre de angústias e felicidades,
Deixando pelo chão rosas e espinhos;
Poder viver em todas as idades;
Poder andar por todos os caminhos;
Indiferente ao bem e às falsidades,
Confundindo chacais e passarinhos;
Passear pela terra, e achar tristonho
Tudo que em torno se vê, nela espalhado;
A vida olhar como através de um sonho;
Chegar onde eu cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro - é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura!
Antero de Quental, em "Sonetos" “
Sem amor, sem anseios, sem carinhos,
Livre de angústias e felicidades,
Deixando pelo chão rosas e espinhos;
Poder viver em todas as idades;
Poder andar por todos os caminhos;
Indiferente ao bem e às falsidades,
Confundindo chacais e passarinhos;
Passear pela terra, e achar tristonho
Tudo que em torno se vê, nela espalhado;
A vida olhar como através de um sonho;
Chegar onde eu cheguei, subir à altura
Onde agora me encontro - é ter chegado
Aos extremos da Paz e da Ventura!
Antero de Quental, em "Sonetos" “
Tudo é triste e já nem amar apetece
E mais não sinto do que esta apatia
Galgando desejo que não acontece
Nem de palavras em sensual poesia
A transbordar de silêncio sentimental
Tristeza vivida assim que desconforto
A agonia profundamente descomunal
Conforta de sentir o corpo já tão morto
Viver assim num orgasmo lento e sangrante
E ter na boca amargo gosto de loucura
E não lembrar mais o gozo bravio do amante
Viver assim como quem vive a morrer
Que importa a vida se já não é mais do que tortura
E estranhamente de versos íntimos se faz ser
…
musa
quinta-feira, 13 de abril de 2017
DAS ESCADAS AO MAR
DAS ESCADAS AO MAR
São negras tão negras as escadas ao mar
Negras as pedras do lodo e do sal
E as ondas labaredas a arder o olhar
Vagas de lume de um ciúme fatal
E sem que percebas nele vais te afundar
Beija-lhe o sossego degrau a degrau a escadaria
Batem as águas sem medo e o vento da maresia
Sopra no ouvido rumor
São tantas as escadas a descer
E o mar salgado a estremecer
Vaga a vaga o seu amor
Onda a onda de prazer
Nas escadas o torpor
Vem do mar o querer
Litania azul a sua cor
Tantas as lágrimas há-de escrever
Mar de sentidos
De norte a sul
Beija-o a bruma
Nas pedras enegrecidas
Às vezes esverdeadas
Veste-o de espuma
De ondas enfurecidas
E uma brisa desnorteada
Nas pedras negras da escada
Gasta-lhe a lisura na loucura engrandecida
Bem lisa bem lavada
A rocha humedecida
Alma eternizada
De uma sereia perdida
Uma vaga vencida
Uma onda salgada
Uma concha escondida
No ultimo degrau incrustada
Esconde um segredo de vida
...
musa
ESQUECER-TE
ESQUECER-TE
Preciso esquecer-te
Esquecendo-me
Enlouqueço
Loucura que inebria
Impreciso esquecimento
Vibra as veias de poesia
E descontentamento
Grito profundo a desmoronar
As palavras erguidas
Do imponente olhar
Das razões esquecidas
Das lágrimas caídas
Do soluçar
Do pranto a borbulhar
Esquecido ignorado
Gotas escondidas
Soluço sufocado
Até à exaustão
E a sofrer
Uma dor de morrer
Em silêncio e solidão
Áspera e bravia
Murmúrios de poesia
E desilusão
…
musa
quarta-feira, 12 de abril de 2017
PER FULGURANTE SILÊNCIO
PER FULGURANTE SILÊNCIO
Insiste o rumor repetido
Insiste o rumor repetido
Do palpitar do relógio antigo
O soalho estremece
O soalho estremece
Um amor abandonado
Cintila a dor no olhar
Cintila a dor no olhar
Perfulgurante
Há no silêncio um castigo
A tarde desfalece
Há no silêncio um castigo
A tarde desfalece
Tão distante
Apetece gritar
Um gemido atravessado
Desvenda o perigo
Que a terra há-de salvar
E todas as balas perdidas
E todas as mortes adiadas
E todas as forças vencidas
De silentes sentidos
Esvoaçam as palavras aladas
Um dia todas as vidas
Hão-de voltar
Vivos Apetece gritar
Um gemido atravessado
Desvenda o perigo
Que a terra há-de salvar
E todas as balas perdidas
E todas as mortes adiadas
E todas as forças vencidas
De silentes sentidos
Esvoaçam as palavras aladas
Um dia todas as vidas
Hão-de voltar
...
musa
terça-feira, 11 de abril de 2017
ESCREVI-TE UM POEMA ESTA MANHÃ
ESCREVI-TE UM POEMA ESTA MANHÃ
Regressas cedo
À casa prematura
Onde nasci
Das visões embaciadas
Enquadraram o segredo
Nos vidros estilhaçados
Baços de medo
Parou o tempo e a loucura
As horas paradas
E na parede onde escondi
Todas as memórias da ternura
Há uma que perdi
No chão que range silenciado
A falange abre fissura
A mão pesa do que senti
Da insana pressa e do prazer
A brevidade da manhã
Entranhei um poema no passado
Precisei de o esconder
Na pedra alva e vã
A serena litania do sossego demorado
A vida que parece morrer
À sombra da poesia
As lembranças a esvoaçar
Húmidas ardem no olhar
Parecem dizer
Há fogo posto no poema
Só a mão serena
Continua a escrever
...
musa
Regressas cedo
À casa prematura
Onde nasci
Das visões embaciadas
Enquadraram o segredo
Nos vidros estilhaçados
Baços de medo
Parou o tempo e a loucura
As horas paradas
E na parede onde escondi
Todas as memórias da ternura
Há uma que perdi
No chão que range silenciado
A falange abre fissura
A mão pesa do que senti
Da insana pressa e do prazer
A brevidade da manhã
Entranhei um poema no passado
Precisei de o esconder
Na pedra alva e vã
A serena litania do sossego demorado
A vida que parece morrer
À sombra da poesia
As lembranças a esvoaçar
Húmidas ardem no olhar
Parecem dizer
Há fogo posto no poema
Só a mão serena
Continua a escrever
...
musa
segunda-feira, 10 de abril de 2017
CIDADE LUZ
CIDADE LUZ
Guia-me na geografia liquida da escuridão
cidade acesa de fluorescentes lanternas
conduz olhar pelos becos da luz negridão
luminescências de penumbras eternas
Acendem das janelas no peito do olhar
a noite perdida das estrelas luzindo
como se o firmamento pudesse brilhar
no teu rosto mapa do sentir sorrindo
e sabes há um sol em cada esquina
por veredas do teu corpo remanso
a serenidade do teu ser menina
Sebes floridas de encanto e fantasia
meigo o rio de olhar sereno e manso
caminho de flores em palavras poesia
...
musa
Guia-me na geografia liquida da escuridão
cidade acesa de fluorescentes lanternas
conduz olhar pelos becos da luz negridão
luminescências de penumbras eternas
Acendem das janelas no peito do olhar
a noite perdida das estrelas luzindo
como se o firmamento pudesse brilhar
no teu rosto mapa do sentir sorrindo
e sabes há um sol em cada esquina
por veredas do teu corpo remanso
a serenidade do teu ser menina
Sebes floridas de encanto e fantasia
meigo o rio de olhar sereno e manso
caminho de flores em palavras poesia
...
musa
ROSINHAS BRANCAS
ROSINHAS BRANCAS
São rosas brancas lembram a infância
Delas tenho a memória perfumada
Flores pequeninas lembram mãos de criança
Anjos de algodão numa história encantada
Povoam a vereda em verdura no jardim
Não têm espinhos que piquem os dedos
São frágeis botões de harmonia sem fim
Roseiral de amor em enfeitiçados segredos
Doces as brancas rosas são paz serenidade
Atravessando a vida em luz encanto
Desabrochando um passado de saudade
E as manhãs de lágrimas em orvalho poesia
Cintilam as pétalas de verde pranto
Branca névoa em iluminada fantasia
...
musa
São rosas brancas lembram a infância
Delas tenho a memória perfumada
Flores pequeninas lembram mãos de criança
Anjos de algodão numa história encantada
Povoam a vereda em verdura no jardim
Não têm espinhos que piquem os dedos
São frágeis botões de harmonia sem fim
Roseiral de amor em enfeitiçados segredos
Doces as brancas rosas são paz serenidade
Atravessando a vida em luz encanto
Desabrochando um passado de saudade
E as manhãs de lágrimas em orvalho poesia
Cintilam as pétalas de verde pranto
Branca névoa em iluminada fantasia
...
musa
GRITO
GRITO
Que Primavera tão cheia de mágoas
De ausências de tristezas de solidão
Inóspito silêncio desabrochado palavras
Em pétalas da vida que caem pelo chão
Olho as flores e são tantas as lembranças
E as estações até ao horto do calvário
A florescer os sonhos nas mãos das crianças
Quando ainda sabiam rezar do anjo o rosário
E foram tantos os passos no jardim
Em primaveril encontro com a ternura
Mas todas as promessas têm um fim
Sobre as pedras se ergue a claridade
A vida prometendo a morte loucura
Nas flores sobre o túmulo a saudade
...
musa
Que Primavera tão cheia de mágoas
De ausências de tristezas de solidão
Inóspito silêncio desabrochado palavras
Em pétalas da vida que caem pelo chão
Olho as flores e são tantas as lembranças
E as estações até ao horto do calvário
A florescer os sonhos nas mãos das crianças
Quando ainda sabiam rezar do anjo o rosário
E foram tantos os passos no jardim
Em primaveril encontro com a ternura
Mas todas as promessas têm um fim
Sobre as pedras se ergue a claridade
A vida prometendo a morte loucura
Nas flores sobre o túmulo a saudade
...
musa
quarta-feira, 5 de abril de 2017
VENTO DA MANHÃ
VENTO DA MANHÃ
Não sei que ventos estes
Frágeis
De uma maldade antiga
Uivam as copas dos aciprestes
Vergam maleáveis
Acicatam chicote como quem castiga
E as árvores diante da brisa
No desalinho do decote
Entregues e amáveis
As vestes enxovalhadas
Pela enfurecida ventania
As folhas quase arrancadas
Na pressa da aragem
Perdem a compostura e a poesia
E o vento quente e abafado
Arruina a madrugada
Ensandece em tropelia
Na sua tremura e voragem
Da loucura que lhe é chegada
Possuído e enfadado
De estranha coragem
Uiva a alvorada
Mal começada
A vil viagem
...
musa
Não sei que ventos estes
Frágeis
De uma maldade antiga
Uivam as copas dos aciprestes
Vergam maleáveis
Acicatam chicote como quem castiga
E as árvores diante da brisa
No desalinho do decote
Entregues e amáveis
As vestes enxovalhadas
Pela enfurecida ventania
As folhas quase arrancadas
Na pressa da aragem
Perdem a compostura e a poesia
E o vento quente e abafado
Arruina a madrugada
Ensandece em tropelia
Na sua tremura e voragem
Da loucura que lhe é chegada
Possuído e enfadado
De estranha coragem
Uiva a alvorada
Mal começada
A vil viagem
...
musa
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