Calam se
os rios salgados
Em
margens de vagas de brumas
Estalam
sobre as pedras espumas
Há na
flor da água penas
Onde tombam
pétalas de açucenas
Migrarei
os olhos cansados
Ao rio
que se faz mar
Nas ondas
desmaiadas serenas
Que ao
areal vêm descansar
Tenho no
sangue o chão sentimento
Nas mãos
que desbravam o papel
Nos
sulcos da escrita o pensamento
Que lavra
o instante que me cobre a pele
Migrarei
com as aves dos oceanos
Onde
todos os amanheceres me desperto
Dos
sentidos terei todos os tamanhos
No olhar
viagens que nunca fiz
Mas em
poemas sempre fui feliz
Não fui
aos pólos gelados ao equador nem ao deserto
Mas da
terra tenho o sentir da palavra mundo
A
imaginação que em poesia desperto
De toda
esta migração de amor profundo
De tanto
que amo viver
Porque a
vida é um prazer
...
musa
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