segunda-feira, 4 de agosto de 2014

ESTRADA SEM FIM

De onde nasci até onde me criei
Estrada por vales e montes
Meu país natal

Cortei o cordão umbilical
Soltei amarras de searas e olival
Desatei os nós da alma carnal
Onde presa sentia a vida

Nos montes onde estevas floridas
Largam o mel das brancas flores
Entre giestas de sol vestidas
Rasteiro manto de tempestivas dores

A vida entre pedras e pranto
Uma estrada sem fim
Nas bermas florido encanto
Dias e chão sentido em mim
E o desamor do asfalto quente
No estio dureza
Que assim me sente
Montanhosa subtileza
Raiz contudente
A alma ilesa

A vida sou eu
A estrada fora
A luz do passado
Entre a terra e o céu
E esta saudade que se demora
Nos caminhos sem hora
Em alvorecer aurora
Que eu nunca vi
Há um grito amordaçado
Porque parti
Do chão que me viu nascer
E me fendi
Em sentir e em ser
Despedaçado
...

musa

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