quinta-feira, 26 de junho de 2014

NO BEIRAL DAS PEDRAS

Sinto-me andorinha de regresso ao beiral
Em voos de luz a um tunel escuridão
Na procura do caminho ancestral
Num voo a pique mortal
Rasgando as asas da solidão
Ferido animal
Voltando ao lar
Do meu umbral
Perto do mar

E dos montes pelas pedras sombreados
O pinhal ergue as sombras esvoaçantes
Do promontório onde os olhos esgazeados
Procuram as barcas navegantes
Onde os olhos húmidos azulados
Partiram vagas dantes
Ondas por navegar
Pedra monte
Horizonte

Onde morre o sol e vagueia andorinha
Na terra prometida faço do céu meu mar
No umbral da vida a ave sombra caminha
As vagas pelos montes em debandada
O ceu azul por naufragar
A terra esventrada
Beiral sossego
Voo medo

Braçadas de nuvens a fugir
Do olhar guardando o sal
Das emoções a sentir
Do ninho o meu beiral
As sombras da vida
Longe prometida
Celestial

Em vão a terra o vento alma infernal
Cobrindo o chão semeado de ilusões
Ave negra solta nos umbrais do tempo
Cravando na memória solidões
Manchando de negrume o pensamento
Aceso lume do sentimento
Quebranto de amargura
A mesma luz madura
Negra trave escura
Fogo ave
Loucura
...

musa

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