sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

TEMPESTADES NO MAR


TEMPESTADE NO MAR


são grossas gotas de uma fúria por inventar

chap chap chap

ensurdecedora tempestade se abate no mar

frotas de barcos perdidos na escuridão

agigantadas vagas tombando nos convés

em silenciado medo invadido de solidão

a chuva intensa engrossando marés

o dia fazendo negra noite de carvão

e um senão de tantos e profundos talvez

chap chap chap

tomba a chuva em diluvio obliquo estranho
não há equilíbrio nem horizonte no pensar
há uma inquietação demorada sem tamanho
a chuva que cai é tanta como a água do mar
o medo invade o sentir e o desengano
a noite fez do dia escurecido soluçar

chap chap chap

não fora a chuva e ouvia-se o vento

e não havia mais sofrido pensamento

que o soluçar desabrido do tempo

sem marés que embalem barcos perdidos

e os levem nas ondas do descontentamento

por alcançar portos cais sentidos

e o farol do deslumbramento

a demarcar a longura

nos braços da maldição

maior do que a loucura

que se possa alcançar

terra firme

vida que rima

com salvação

além mar

musa

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