Voam corvos
negros sobre a pele sem sal
Nos olhos
rasgam voos em mancha cega
Dor que crava
dilacera e assim me prega
No pranto
negro manto gume de punhal
Cobre-me o
medo a dor que me fustiga
Na escuridão da
floresta onde me perco
Negro cego
olhar angustia que me castiga
Aperta em
abraços de solidão o meu cerco
Afloro a
prata luz no lago dor humedecida
Cede a noite
cansada no corpo tão frio
Deliro em
choro de uma lágrima perdida
Há em toda a
pele uma florescência sentida
Dores antigas
à espera desse medo sombrio
O corpo e o
olhar de calma já tão vencida
…
musa
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