domingo, 14 de outubro de 2012

DUETO INVERNO VERÃO com Teófilo Pinto


ÉS INVERNO

Fria estação de ventos vadios
Húmidos gelados que apetecem a lã
Dias cinzentos de bruma sombrios
Luz que rareia a doce manhã
Na alvorada de becos vazios
És Inverno em todo meu ser
Nos primeiros dias que viram nascer
A água das fontes e de todos os rios
Magnânima alma a transparecer
No gelo vidrado de ruas desertas
Caminhos de Inverno onde despertas
Todo o teu sentir a florescer
Passos quietos sombras perdidas
Dias invernosos de tantas vidas
No amor de lembranças secretas
És Inverno em sonho adormecido
A alva neve que ameaça cair
As árvores nuas em flor sentido
Hibernado amor meigo florir
musa

ÉS VERÃO

Os dias transpiram, desafogados pela brisa do mar
Céu azul celeste cirros em ausência cor pintados
Como tela quente que nos parece cegar
Num estio esperado sol em corpos bronzeados
São sonhos erigidos
Por Neptuno a uma qualquer sereia
Que à beira-mar são perdidos
Em frágeis castelos de areia
É o verão que acontece
Em dias longos e levianos
Que depressa se esquece
Mas através da vida os guardamos
São viagens que em fotos se misturam
De cores alegres que usamos
Amores de verão que não perduram
Sorrisos inocentes que não mais partilhamos
É o equinócio da sede, do refresco, do sabor do gelado
É a estação do ócio, da aventura e do teu beijo frutado.
Teófilo Pinto

1 comentário:

jorge Soares disse...

Verão, sol, mar e muita inspiração que a nobre poeta usou pra versar estes momentos, parabéns um lindo poema.