quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PALAVRAS DE AMOR QUE TE DEIXO


No torpor de silenciado sentir
As mãos trazem-te no tato de ti
São raízes crescendo sem as consentir
São inconformidades que nunca senti
São rosas florescendo sem as omitir
Palavras de amor que te deixo aqui

Persistir de um silêncio que quase grita
Onde tudo levita em insustentável leveza
As sombras de uma paixão que me agita
As folhas que escritas são uma certeza

Como posso por dentro admitir
Como a flor imbuída de pureza
Pode o pranto da chuva admitir
E crescer de folhas flores delicadeza

Já não há mais palavras que eu deixe de sentir
Na sensibilidade de todo o encanto subtileza
Às vezes o tempo tudo se encarrega de apagar
Até no meu olhar se perde o teu doce sorrir
Sem no entanto este grande amor se desfolhar
E as flores fenecem no jardim silenciado
Onde o sol as aquece de terna inspiração
Há em toda eu este silente sentir amordaçado
Que guardo no jardim da alma florida paixão

São só pétalas temporais de um sentimento
Sei que não há retorno do que possa sentir
Ficam fragmentadas em tempo esquecimento
Até nunca mais lembrar que pudessem existir
musa

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